quinta-feira, 28 de maio de 2009

A Indústria dos Semicondutores

A indústria dos semicondutores caracteriza-se por inovações tecnológicas constantes, estando ciclicamente a colocar novos produtos no mercado, tecnicamente mais rápidos, mais pequenos, mais avançados, na lógica de Moore, um dos fundadores da Intel, os chips duplicam o número de transístores no mesmo espaço em cada dezoito meses.

Os grandes produtores mundiais de Semicondutores sofrem de graves problemas de produção e consequentemente ao nível financeiro. A recessão mundial veio agravar ainda mais a situação, o sector vive momentos em que não se vende o que se produz e o que se venda cada vez tem de ser mais barato, logicamente uma situação prolongada no tempo, encaminha as empresas para uma reestruturação forçada ou então caem na falência. Exemplo disto é a insolvência da Quimonda.

A reestruturação do sector está a dividir as empresas dois tipos, os que fazem o design técnico dos “chips” e as fabricas que produzem. Os que fazem design são empresas que possuem centros de I&D com capacidade e propriedade intelectual. As fábricas de “chips” têm de ser de grande dimensão, gigantes mundiais. Neste último cenário temos alguns casos em sucesso como a fusão de seis empresas taiwanesas, constituindo-se agora num gigante mundial (TSMC) e temos casos de insucesso como as três grandes europeias a STM, Infineon e NXP que lutam pela sobrevivência.

A forte competitividade no sector dos semicondutores está seleccionar selvaticamente apenas os grandes, prevendo-se que sobreviva apenas a SAMSUNG nas memórias, a INTEL nos microprocessadores e a TSMC com as fábricas de “fundição”.

Sendo a previsão que o mercado de produção de semicondutores seja dominado pelas empresas asiáticas o que deverá fazer a Europa no sector para não perder tudo?
Á Europa só resta dois caminhos:
· Primeiro o factor primordial a investigação tecnológica – As empresas europeias devem concentrar-se na investigação e desenvolvimento de novos chips, novas tecnologias para chips, novas formas, novos modelos que permitam mais e melhor performance dos equipamentos electrónicos.
· Segundo a especialização – Fruto da sua proximidade com nichos de mercado, as empresas europeias devem concentrar-se no desenvolvimento tecnológicos de “chips” específicos para alguns sectores, nomeadamente a Industria Automóvel, os equipamentos móveis e o sector da saúde.
Talvez assim a Europa possa ultrapassar esta crise que vai inevitavelmente conduzir à massificação e domínio asiático, mas poderemos manter a pequenas empresas com capital intelectual superior, mais flexíveis, mais versáteis, mais capazes de se adaptar às necessidades do mercado local.

Surpreendeu-me o facto de constatar que nós Europeus, não fomos capazes de perceber o que há muito a INTEL vinha a fazer, ou seja crescer, porque quando muitos acusavam a INTEL de ser uma empresa com dimensão completamente desmesurada para as suas necessidades, já os mesmos diziam que só os grandes iriam sobreviver, ou quando os taiwaneses mostravam capazes de se unir para criar um grande produtor mundial nós continuamos a olhar apenas para os nossos pés!

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