quinta-feira, 11 de março de 2010

Preparar o Porto para a Economia do Conhecimento

Uma economia baseada no conhecimento, é uma economia que tem a ambição de produzir, adoptar e difundir inovação como factor essencial para o desenvolvimento e competitividade económica e a consequente mudança social.

Para que isto aconteça é necessário um conjunto sistémico de factores que permitam ou potenciem a competitividade das firmas dos sectores de bens transaccionáveis. Esses factores incluem, não apenas as condições existentes nos mercados de factores produtivos, mas tambem a adequada provisão e serviços públicos, bem como a oferta de recursos empresariais e institucionais, quer individualmente considerados quer contextualmente organizados através de redes relacionais.

No caso especifico do Porto, este apresenta uma estrutura socioeconómica desequilibrada, um tecido empresarial instável, tendo sofrido nas últimas duas décadas uma mutação industrial intensa, atravessando, actualmente, momentos de agonia e ausência de rumo colectivo.

Temos consciência que, o tempo de globalização que vivemos, com ritmos de inovações e avanços tecnológicos cresce de forma exponencial, é cada vez mais importante apoiar e promover sistemas de inovação. É neste contexto que pretendemos tornar o Porto como o centro de um Sistema Regional de Inovação, incluindo todos os factores importantes, económicos, sociais, políticos, organizacionais, institucionais e outros factores capazes de influenciar o desenvolvimento, difusão e uso das inovações.

Para estruturar um Sistema Regional de Inovação capaz de acordar a cidade do Porto é necessário criar condições capazes de promover interacções entre o Capital Estrutural (Empresas), Capital Humano (Competências) e Oferta de Ciência e Tecnologia (Organizações de Investigação Pública e Privada).

As empresas, que estão directamente implicadas na produção de bens transacionáveis, desempenham nesta ambito um papel fulcral, pois constituem o “espaço” em que, sob pressão concorrencial, se procura melhorar a organização, através da melhor gestão de rotinas, e inovar. É assim necessário utilizar a sua actual estrutura e promover uma estratégia comum que utilize o dinamismo, criatividade e ambição do Povo do Porto de forma a recuperar uma rede de empresas que apresentam um potencial com um fortíssimo poder económico nacional.

O tempo actual é um tempo de rápida mudança e transição profunda, em que grandes e novos desafios se colocam diariamente à sociedade, é facil perceber a importancia da educação no contexto do mundo de hoje e o seu impacto no desenvolvimento economico, cultural e social dos diferentes paises, qualquer que seja o seu estádio de desenvolvimento. Este ponte é de elevada importancia quando falamos no caso concreto do Porto, onde se ainda verificam dificuldades de concretização da rápida migração para um modelo de desenvolvimento económico e de criação de riqueza assente numa solida base de conhecimento. Neste ponto, a Universidade do Porto, com méritos reconhecidos internacionalmente, tem assumido com excelência dois papéis fundamentais:
  • A formação de competencias em recursos humanos são factores determinantes para a criação de conhecimento e para a disponibilização de aptidões avançadas às empresas. Neste sentido a Universidade do Porto tem conseguido qualificar o Capital Humano com competências em científico - economico - tecnológicas de topo, em diversos ramos de actividade de extrema importancia;
  • Apoia a produção de ciência através de Centros de Investigação e Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, como é exemplo o INESC, INEGI, IPATIMUP;

Podemos assim acreditar que o Porto apresenta todas as condições para se assumir como o pólo central de um grande Sistema Regional de Inovação, caso consiga explorar as suas competências, formar mercados para novos produtos capazes de trazer valor acrescentado, apostando no empreendedorismo, apoiando através de financiamento os projectos inovadores e promovendo Networking entre mercados e diferentes organizações (dicotomia Empresa/Universidade). É portanto nossa intenção promover o crescimento das actividades inovadoras e investimento em I&D, criando uma dinâmica científico-tecnológica com um focus na inovação potenciando de forma assertiva o crescimento económico.

É preciso investir mais na ciência, promovendo os centros de Investigação que temos, liga-los em rede, criando um ambiente favorável à partilha de conhecimento, potenciando também o aparecimento de spin - offs empresariais e incentivando o registo de patentes obtendo um potencial empresarial de inovação, fundamental para usufruir de vantagens competitivas.

Na economia global, a competitividade é algo que passou a ser encarado de forma muito séria, entre países e regiões. A política de um país ou região tem como ponto central a definição estratégica do trajecto produtivo e industrial que se pretende alcançar. É comummente aceite um pais atrasado tecnologicamente é um pais atrasado economicamente. Existe de facto uma forte relação entre a economia e o nível de desenvolvimento tecnológico, tendo a taxa de desenvolvimento tecnológico grande influência no desenvolvimento económico dos países.

A competitividade territorial é realmente um factor determinante para o desenvolvimento local, particularmente na presente fase económico - tecnológica, onde os factores associados ao conhecimento assumem uma importância crescente.

Teremos de planear, organizar e agir para atingir melhoria na competitividade territorial, quer pela qualidade territorial, quer pela especialização geográfica, criando sinergias entre os diferentes intervenientes locais e empresas exteriores, alargando a rede relacional, explorando as spillovers tecnológicas gerando retornos crescentes que são a base do crescimento económico.

Documento proposto para a Moção do Dr Manuel Pizarro ao PSPorto

Elaborado Por: José Miguel Lima
Com a colaboração: Bruno Miguel Pinto

Sem comentários: